Wednesday, December 05, 2007

o segundo que nos separa

Ian cantava-o tão bem no escuro
expulsando e erguendo um seu muro

projectando sem sabor o seu
criava também o teu e o meu...

Tuesday, November 27, 2007

eu sou e serei sempre eu.
mas a existir uma parte
de mim de outrem...
essa será certamente tua...

Friday, August 10, 2007

é tudo velho de amor,
mudo de nós e do rumo escuro
da vida.

faz tempo que a desgraça sentou
os nossos corpos no mar.

Wednesday, August 08, 2007

no despacho da noite,
a correr do segundo que transborda
do amanhã.
que momento sublime esse!
______

a que cheira o asfalto pelo
qual caminhas, dia e noite?
que profundidade alcanças
quando segues nas tuas viajas?
que grau de abandono?
_______

do verde a pique
que rosna sobre os
campos em chamas

Tuesday, August 07, 2007

não há uma urgência em lá ficarmos qd viajamos.
há sim uma necessidade, incontrolável diria eu,
de por lá andar, sendo que o "lá", de um tamanho
e incontrolável desgoverno, não depende , e nunca
dependerá da distância entre A e B.

Saturday, July 21, 2007




Kerouac paira por aqui.
E eu com ele...
é o meu livro deste
inicio de semana.

Thursday, July 19, 2007

He says something in that preface that I immediately
related to, which is the intersection between the road
movie and music. The other thing I like about road
movies is the fact that that they teach you something
about yourself. I think the whole idea of the road movie
is a journey towards some sort of selfhood and self-knowledge.
I think the back of the book says that road movies are
a metaphor for life. You might set out in life having the
intention of travelling in one direction but fate and
circumstance find you moving in another direction. I like
the fact that road movies don’t stick to the itinerary,
they often go off road, they take different courses. I
find that quite liberating because I think that life is
like that.

jason wood about his book 100 road movies

Wednesday, June 27, 2007

Ser turista é fugir da responsabilidade. Os erros e os
defeitos não se colam em nós como em casa. Somos
capazes de vaguear por continentes e línguas, suspen-
dendo a actividade do pensamento lógico. O turismo é
a marcha da imbecilidade. Contam que sejamos imbecis.
Todo o mecanismo do país hospedeiro está adaptado
aos viajantes que se comportam de um modo imbecil.
Andamos às voltas, aturdidos, olhando de esguelha
para mapas desdobrados. Não sabemos falar com as
pessoas, ir a lado nenhum, quanto vale o dinheiro, que
horas são, o que comer ou como o comer. Ser-se imbe-
cil é o padrão, o nível e a norma. Podemos continuar a
viver nestas condições durante semanas e meses, sem
censuras nem consequências terríveis. Tal como a ou-
tros milhares, são-nos concedidas imunidades e amplas
liberdades. Somos um exército de loucos, usando rou-
pas de poliester de cores vivas, montando camelos, ti-
rando fotografias uns aos outros, fatigados, desintéricos,
sedentos. Não temos mais nada em que pensar senão no
próximo acontecimento informe.

Don DeLillo, in 'Os Nomes'

Tuesday, June 26, 2007

a narrative that perfectly encapsulate the SEARCH,
the ACT OF DISCOVERY, and the DREAM that has
existed at the core of surfing culture: In this crowded
world, the surfer can still seek and find the perfect
day, the perfect wave, and be alone with the surf and
his thoughts"

Tuesday, May 15, 2007

a luz do fundo requer
dor e agasalho.
é na escuridão que reparo
na avidez dos ceus.
desamparado.

Sunday, May 06, 2007

procuramos,procuramos e procuramos.
e há sempre um certo momento em que
sabemos ter em mãos algo de bom.
algo que nos torna maiores.

a musica fecha-me no mundo, no meu.
e juro que há momentos em que
por lá fico, sentado, de olhos cerrados
a contemplar o escuro do meu quarto,
numa convulsão interna capaz de me
revolver e arrepiar.

com esta nova descoberta é isso
que me dá. uma imensa vontade
de acreditar que a nossa vida vale
uma musica, uma fotografia
ou um poema.

porque isso basta para empurrámos
o mundo para onde devia já estar.
um sitio melhor.

é dos valores mais nobres
que conheço.

uma pequena fracção de
all your women things, by smog, aqui

Saturday, May 05, 2007



@avelino salas
aguarela
long wait, 2005

Monday, April 30, 2007





adam, 2003
@catherine opie
project about surfers

In the portraits of surfers I did in 2004 that were
in that year's Whitney Biennial, I wasn't interested
in archetypes of pros catching big waves. Seventy
percent of surfing is sitting and waiting. It's about
fog and early morning light, high tide and June
gloom. It's about a sense of place and a community
based on identities. They are very specific. I did
these photographs of ice-fishing houses in
Minnesota — a temporary community that forms
for three months of the year, where people who can't
afford lakefront property can participate in the view
and the experience of the place. When you are in the
water waiting on your board, you could be a
high-powered lawyer or the stoner that lives in his van,
it no longer matters. In that time and place is a moment
of community that goes beyond the economy of the city.

Saturday, March 24, 2007

o silêncio escapa-me.

entre a singeleza das mãos,
nas linhas que obecedem a um tempo só.
vejo curvas, um norte demorado e imprevisto.
um tempo limiar e rigoroso que afaga,
enseja-nos a morte.

e eu,
eu ainda espero por um segundo teu.

Tuesday, March 20, 2007

junto,
segue o vento, branco, rasteiro.
aspira a foligem de uma só vaga,
surdez de um planalto imenso
longe demais para o meu olhar.

não há alma perdida por ali.
só quem, na verdade, perde
por se encontrar.

Friday, January 12, 2007

viajar.

não é preciso saltar para o outro lado
do mundo. elas (as viagens) estão aos
nossos pés.

seja na primeira esquina que
nos contorce, no arredado dos céus ou na
mais infima pureza que a desgraça veste.

arreba-to-mo com pouco e isso é das
coisas que me vai valendo.

viajar...




@simonhoegsberg.com
(see faces of ny project)

Friday, January 05, 2007

esse sorriso e olhar castanho
valem uma vida

Followers

Blog Archive